MV Norte & Nordeste 26

6 Um empresário tem tantas preocupa- ções que torna difícil escolher priori- dades para administrar. Vai desde as dificuldades para encontrar mão de obra qualificada (e a solução é tirar bons funcionários do concorren- te), passa pelo tamanho do mercado (que não cresce), e novamente for- ça o empresá- rio a conquis- tar clientes via descontos para continuar sobrevivendo. Também convive com alguns fornecedores que se aproveitam de oportunida- des para elevar exageradamente as margens de lucro; com alguns lojis- tas despreparados que só vendem em liquidações, achatam os preços como se vê nas pesquisas de inflação do IBGE, onde móvel tem hoje os mesmos preços de 2010, como se não tivesse inflação nos últimos 11 anos. Tudo isso é ver- dade, mas pode- ria ser diferen- te se houvesse mais união, bom senso, espírito empreendedor, onde obter lu- cro não é crime. Só existe fornecedor e lojista porque existe fabricante. O dia que o move- leiro se der conta disso, as coisas irão mudar. Essa sim deveria ser a princi- pal preocupação dos moveleiros. É o que todos gostariam de saber an- tecipadamente, é claro. Mas, alguns que fizeram o dever de casa já devem estar imaginando colher os resultados ainda neste ano, apesar da pandemia que insiste em não dar trégua neste país. Para nós, este não será mais um ano perdido – como também não foi 2020 – apesar da cri- se ter sido ainda mais forte. Mas, também é verdade que no Nordeste, onde as classes C e D são importantes para o consumo, a queda nos valores do auxílio emergencial terá um efeito negativo. Nossa es- timativa para 2021 é de alta de 10,9% na comparação com 2020. Pelo menos é o que está no Mapa do Mercado, es- tudo elaborado todo início de ano pelo Intelligence Group. Como escrevemos acima, quem fez o dever de casa pode alcançar números até melhores. CÁ ENTRE NÓS Ari Bruno Lorandi O QUE PREOCUPA MAIS OS MOVELEIROS? COMO SERÁ O SEGUNDO SEMESTRE NO NORDESTE? AS DIFICULDADES DAS FEIRAS VIRTUAIS Apesar de toda a evolução das pla- taformas digitais, está difícil reali- zar feiras sem a presença de públi- co. O exemplo mais recente é o da Interzum, na Alemanha, que, pela primeira vez em 60 anos, foi rea- lizada totalmente online. No to- tal, 10.000 participantes estavam ativos na plataforma. Em 2019 a Interzum recebeu 74.000 visitan- tes, sendo 55.000 de fora da Ale- manha. “No geral, os expositores concordaram que uma feira digi- tal não pode substituir um evento presencial”, afirma o relatório da feira. E os organizadores da In- terzum concordam que o que leva pessoas às feiras é a possibilidade de ver as inovações, muitas delas na prática, o que estimula a reali- zação de negócios e o networking. E isso não acontece em eventos virtuais, embora – como observa- mos acima – toda a evolução das ferramentas digitais.

RkJQdWJsaXNoZXIy MzE5MzYz