MV Norte & Nordeste 27

13 vimos as vendas desaquecerem, mas os números ainda são melhores que os de 2019. O que aconteceu no ano passado foi uma situação atípica, em que tivemos crescimento nas vendas, só que precisa- mos lembrar que a tendência é que este ritmo seja menos acelerado”, pontuando que as vendas caíram mais de 50% da época do boom de compras – que foi de maio a dezembro – até agora. “Naquele período, produzíamos o dobro, e tivemos de suspender as vendas quatro vezes”, complementa Alexandre Magno. Segundo o diretor-presidente da Magno Móveis, as pessoas que comprammóveis populares já reabasteceram suas casas, porém a expectativa é de que o segundo semestre seja um pouco melhor que o primeiro. A preocupação ainda é no repasse de preços. “As chapas, especial- mente oMDF, estão bemmais caras e nós não estamos conseguindo repassar esses reajustes ao varejo. Com isso, o preço dos móveis acaba ficando muito defasado”. mos aumentaramdemais e os consumido- res perderam o poder de compra”, afirma Guilherme Britto, diretor da empresa. Semquerer fazer projeções para o futuro, Britto se mostra esperançoso. “Torcemos para que a pandemia realmente esteja no fim e não tenhamos surpresas de- sagradáveis com as variantes do vírus. Esperamos que, com a volta do setor de serviços e a normalidade do cotidiano, o dólar vá para patamares mais equilibra- dos e conceda uma melhor condição de negociação com os fornecedores, já que a exportação parece ser o nosso principal concorrente”, analisa. Guilherme revela a realidade da Móveis São Carlos atualmente, destacando que a empresa trabalhou de abril a agosto comumquarto da capacidade. “Tivemos de reduzir despesas fixas e entramos no programa de manutenção de empregos”. ALEXANDRE MAGNO BARROS DE BRITO, DIRETOR-PRESIDENTE DA MAGNO MÓVEIS houve redução. Voltamos aos números pré-pandemia ou até abaixo disto”. Delgado explica o porquê da sua dificulda- de emanalisar omercado. “Outro fator im- portante é o momento político que o país vive. É um cenário turvo. Os empresários, na grande maioria, deveriam ser atores com maior destaque, participando mais de tudo isso e do debate político do País”. O diretor-executivo da Josan também aponta o repasse de preços como umpro- blema. “Nós estamos repassando menos do que precisaria em comparação com o aumento do preço dos insumos. Esta é a realidade de um mercado competi- tivo e que exige mais de nós”. Uma das alternativas encontradas pela empresa para driblar as possíveis dificuldades foi enxugar o portfólio de produtos. “Diante de tudo isso, seguimos com medidas do auge da pandemia, por conta da escassez de matéria-prima, que ainda não está to- talmente regularizada. Isso nos faz olhar nosso mix ainda commais cuidado, com tendencia de racionalizar”, destaca. Na Móveis São Carlos, também de Afo- gados da Ingazeira, a história não é muito diferente. “Até março continuamos com as entregas aquecidas, mas a partir de abril veioa ressacaque já esperávamos emalgum momento. As matérias-primas e os insu- Clayton Brito Delgado, diretor executivo da Josan, de João Alfredo, diz que a em- presa vem apresentando um resultado abaixo do que estão acostumados. “Entre janeiro e fevereiro ainda estávamos com o saldo de faturamento dos pedidos de 2020, mas de março até aqui (agosto) CLAYTON BRITO DELGADO, DIRETOR EXECUTIVO DA JOSAN GUILHERME BRITTO, DIRETOR DA MÓVEIS SÃO CARLOS Há também quem esteja conseguindo se manter bem, como o caso da baiana Reconflex, que possui uma filial em Caruaru. “Houve uma forte retração no mercado em geral em relação ao segundo semestre do ano passado, mas conseguimos manter o nível de vendas devido ao trabalho que vem sendo de- senvolvido”, afirma Thayse Mendonça, diretora de marketing.

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