MV Norte & Nordeste 27

31 mento em que o Banco Central colocou os custos das transações para patamares muito baixos com o Pix, ele está propor- cionando melhores condições até para pequenas transações, típicas de presta- dores de serviços autônomos ou locais”, analisa José Luiz Rodrigues. Mesmo com tantos aspectos aparente- mente positivos, recentemente surgiu uma polêmica e uma dúvida entre os empresários que utilizam o serviço: os bancos podem cobrar taxas pelo uso do Pix? A resposta é sim. “As instituições bancárias podem fazer a cobrança no caso de pessoas jurídicas por conta das transações que ocorrem em maior volu- me e possuem valores maiores do que as realizadas entre pessoas físicas, de modo geral. Mas esse debate sobre os custos do Pix ainda está em alta, tanto para quem fornece o serviço, quanto para quem o utilizará, porque o Pix receberá novas funcionalidades em um futuro próximo”, adiciona o especialista. José Luiz lembra que o Banco Central já anunciou que haverá uma série de gra- tuidades em alguns serviços, enquanto define outros parâmetros tarifários. O que o especialista alerta é que ainda falta conhecimento da população em relação ao serviço. “A grande defasagem do mercado hoje é de educação financeira. Portanto, é preciso ensinar as pessoas que estão acostumadas a lidar apenas com o físico. E não são poucas essas pessoas. As dimensões do País e a grande diferença social fazem com que a experiência de pessoas de classe social mais alta seja completamente diferente daquele usuá- rio de baixa renda que reside em locais menos centrais”. Ele prossegue dizendo que “o entendi- mento sobre o que é um banco digital, sua segurança, como o dinheiro fica em umbanco digital e como são realizados os pagamentos por meio dessas instituições ainda é algo difícil para essa população”. E ainda acrescenta que o Banco Central entende a importância da conscientiza- ção do mercado. “A instituição vem se reunindo com representantes de bancos e fintechs para ouvir a sociedade, por meio de consultas públicas, para avaliar modelos internacionais e avaliando internamente a viabilidade de implemen- tações tecnológicas”. RELAÇÃO ENTRE PIX E VAREJISTAS Apesar de ser considerado um sucesso entre as pessoas físicas, os últimos da- dos apresentados pelo Banco Central sobre o uso geral do Pix mostram que o varejo ainda não possui represen- tatividade nas transações. “Os dados divulgados pelo BC referentes a junho indicam que pouco mais de 11 milhões de chaves Pix pertencem a pessoas jurídicas, enquanto as pessoas físicas possuem mais de 274 milhões de cha- ves. Ou seja, o Pix ainda não ‘pegou’ no varejo”, analisa Arnaldo Blasques, sócio da Omniroots – unidade da Gouvêa Ecosystem – responsável pela vertical de banco digital e meios de pagamentos, JOSÉ LUIZ RODRIGUES, ESPECIALISTA EM REGULAÇÃO DO MERCADO FINANCEIRO

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