MV Norte & Nordeste 28
23 Luiza Loyola, Expert do futuro na WGSN, diz que a taxa de penetra- ção do tema sustentabilidade cresceu de modo contínuo nos últimos três anos nos segmentos de beleza (18%), alimentação e bebidas (15%), moda (12%), lifestyle e interiores (10%). “Em paralelo, as expectativas do pú- blico sobre liderança das empresas es- tão transcendendo a responsabilidade ambiental e chegando à sustentabili- dade social”, comenta. Ela acredita que as empresas terão que descentralizar o poder, entregando mais para a comu- nidade e o impacto na vida das pessoas terá que ser identificado e gerenciado da mesma forma como é feito em re- lação à economia e ao meio ambiente. “O apetite do consumidor por produtos sustentáveis com maior longevidade e processo de baixo impacto é a força motriz do setor moveleiro. Relatório da Ethical Hour, revela que 60% dos consumidores estão dispostos a pagar de 5% a 10% a mais para ter móveis certificados como ambientalmente seguros”, enfatiza Luiza. E lembra: “É necessário garantir a transparência da marca, analisando todos os aspectos da construção do produto, da estrutura ao estofamento”, complementa. EMPRESAS PRECISAM MUDAR O estudo da Accenture mostra que a mudança de hábito de compra dos con- sumidores ocorre em 14 setores – in- cluindo bens de consumo e varejo. Para tirar proveito dessas mudanças, as em- presas precisam reimaginar todo seu negócio, e isso envolve investir (mais do que nunca) para entender a evolu- ção da mentalidade dos seus clientes. Nunca a pesquisa e percepções nela contidas foram mais importantes. Se ainda não passou a ser uma organiza- ção que escuta, que está engajada com seus clientes todos os dias, esta é a hora. Se não souber por onde começar, fale pri- meiramente com seus funcionários. Nin- guém conhece melhor sua marca. Eles optaram por passar suas vidas ajudando a construir sua marca e, lembre-se, eles também são consumidores. Monte uma estrutura para criar experiências que capturem as demandas dos consumido- res em todos os aspectos das operações e não deixe de envolver a área de vendas, inovação, P&D e atendimento ao cliente. Aqui entra em cena um braço do marke- ting, o marketing de causas sociais. Os principais benefícios são o aumento das vendas e dos lucros, além do refor- ço e melhoria da imagem da marca ou da organização, aumento da notorie- dade e do reconhecimento da marca, e ainda a possibilidade de evitar ou con- tornar publicidade negativa. No futuro, defender causas sociais não será encarado como diferencial e a grande responsável por isso são as gerações que já nasceram demandando empresas que sejam sustentáveis. Há uma consciência maior do mundo que queremos deixar para nossos filhos e netos. Antes, esse dis- curso estava nas mãos de uma elite inte- lectual. Hoje emdia, as crianças aprendem isso na escola e muitos já estão perceben- do o oportunismo que se esconde por trás de empresas que utilizam o marketing so- cial para promover suas marcas. LUIZA LOYOLA, EXPERT DO FUTURO NAWSGN CRÉDITO: TON GOMES
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