MV Norte & Nordeste 28

35 crescimento do faturamento do comér- cio, em maior proporção nos setores de alimentação e combustíveis, refletindo, em parte, a elevação desses preços. Os preços na região desaceleraram no trimestre até julho (1,71%), compara- tivamente ao trimestre encerrado em abril (2,94%), muito embora a inflação siga pressionada principalmente pela alimentação em domicílio e administra- dos, diretamente ligados às commodities e à bandeira tarifária. No caso do Mobiliário, a pesquisa do IPCA do IBGE mostra alta de 10,17% no acumulado de janeiro a outubro deste ano em Belém, pressionado pelo preço das cozinhas que subiram 19,85%. No outro extremo ficou móvel para quarto com 7,53%. REGIÃO NORDESTE A dinâmica favorável do mercado de trabalho formal, o retorno de progra- mas de manutenção da renda e o avanço da mobilidade contribuíram para a melhora do desempenho da atividade econômica nordestina no segundo tri- mestre (0,5% em relação ao anterior, quando havia oscilado 0,1% de acordo com dados dessazonalizados do IBCR- -NE). Por atividades, destaque para o comércio, construção civil e serviços financeiros, contrapondo-se às perdas assinaladas na indústria. Observa-se que, em junho, o indicador superou o nível anterior à pandemia. Após recuar no primeiro trimestre, o volume de vendas do comércio varejista expandiu no conceito restrito (4,7%) e ampliado (7,5%). Os serviços mostraram alta de 5,7%, com crescimento disseminado em todas as atividades, destacando-se as turísticas, 9,2%, importante seg- mento para a região. Ressalte-se que os serviços no Nordeste se recuperaram menos que nas demais regiões do país. Móveis é um item que ainda não reto- mou o crescimento que se via antes da pandemia. Em volume, considerando Pernambuco, Ceará e Bahia, os três estados pesquisados mensalmente pelo IBGE, o volume de comércio de móveis aumentou apenas 1,3% de janeiro a ou- tubro. O resultado foi melhor em receita nominal de vendas onde o índice no mesmo período chegou a 7,3%. Com a ampliação da população vacina- da, a atividade econômica deve ganhar ritmo no segundo semestre, em especial os serviços mais fortemente afetados pela pandemia. A volta da atividade econômica, ainda que com valor mé- dio menor, favorece o comércio, e a indústria deve retornar ao processo de expansão após os efeitos decorrentes de falta de insumos e paradas progra- madas.Diante da avaliação do mercado das duas regiões do “Brasil de Cima”, é possível antecipar que 2022 pode ser um ano acima da expectativa caso se confirme o Auxílio Brasil em R$ 400, porém, valores menores sem dúvida impactarão negativamente, reduzindo as possibilidades de recuperação em “V”, como gosta de salientar o ministro da economia, Paulo Guedes. UM MERCADO DE 20% DO PAÍS PARA MÓVEIS O Brasil de Cima possui 2.243 muni- cípios, 40% do total do País, dos quais 1.793 estão situados nos nove estados do Nordeste. Os sete estados do Norte concentram 450 cidades. Em número de habitantes, Norte e Nordeste possuem 36% da população do País, com 76 milhões de pessoas. Porém, em consumo de móveis, segundo dados da pesquisa anual de mercado do Intelligence Group, as duas regiões concentram 20%, o equivalente a R$ 15,7 bilhões em 2022, ou seja, 9,2% na comparação comos dados de 2019, o ano anterior ao início da pandemia. Deste total, 72%, ou seja, R$ 11,3 bilhões estão no Nordeste e o Norte responde pelos restantes R$ 4,4 bilhões. Outro aspecto a salientar é a concen- tração do consumo, tanto no Norte quanto no Nordeste. Na região Norte, dos 450 municípios, apenas 29 (6,4%) fazem parte dos 100 maiores consumi- dores de móveis quando se somam as duas regiões. Por seu lado, dos 1.793 municípios do Nordeste, apenas 71 (3,9%) concentram 70% do total dos 100 maiores compradores de móveis do Brasil de Cima. Porém, quando se analisa os 100 maiores em relação aos 2.243 municípios, uma centena respon- de por 64% do potencial de consumo de móveis, embora representem apenas 4,4% do total de cidades. Também é importante considerar que a classe B representa 40% do potencial de consumo, seguida pela Classe C, com 37%. A classe A é responsável por 13% e a classe D/E responde pelos 11% restantes. Também vale salientar que os móveis de cozinha representam quase 25% do total gasto pelas famílias para a compra de móveis; depois vem móvel de quarto com quase 20%, seguido de colchão com mais de 13%. Completam a lista, sala de estar, com 10,2%; estofados e salas de jantar, com 9,8%; infantil, com 2,9% e outros móveis, com 9,5%, segundo o Mapa de Mercado. Veja a seguir a lista dos 100 maiores mercados de móveis para 2022, segundo o estudo do Intelligence Group, denomi- nado Mapa do Mercado:

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