MV Norte & Nordeste 29
51 muito com a imagem que estão passando para seus clientes e isso está sendo bom também para quem depende desse trabalho de coleta para sobreviver. Afinal, as mudanças climáticas tendem a aumentar a de- sigualdade social”. E como já sabemos, quanto mais demanda, mais oferta precisa haver. “Atuar no campo estruturante da logística reversa garante um equi- líbrio assim que vai acontecendo o aumento da demanda. No Brasil, temos um gasto muito menor com isso, pois estamos acompanhando esse crescimento, diferente de al- guns países europeus, e isso é im- portante para as finanças da empre- sa”, salienta Manetti. Assim como o cidadão comum e as empresas estão mais conscientes, a participação dos lojistas pode ser ainda maior nesse processo, lembra o advogado Fabricio Soler. “Os lo- jistas ainda se envolvem pouco, mas poderiam contribuir criando pon- tos de coleta de embalagens, assim como existem os de pilhas e bate- rias, ou de medicamentos. É preciso fazer mais campanhas para atingir essa parcela da população”, reflete. A IMPORTÂNCIA DA COMUNICAÇÃO “É muito importante investir na di- vulgação do seu processo de logís- tica reversa para o consumidor; não adianta ter uma estratégia econô- mica bem desenhada sem a adesão do cliente. Por isso, é necessário compartilhar nas redes sociais, na imprensa e especialmente, no pro- cesso de compra do cliente”, escla- rece Guilherme Juliani. Juliani sugere que se desenvolva até mesmo um canal de comunicação com o cliente que possa lidar com qualquer problema ou dúvida que ocorra durante o processo de logís- tica reversa. “É essencial que haja uma política clara adotada pela em- presa e um alinhamento interno entre os cola- boradores. Também é necessário ter em mente a importância de gerir o impacto ambiental para a empresa, pois é preci- so alocar recursos e pes- soas para que a logística reversa seja bem executada”. O CEO do grupo MOVE3 dá uma sugestão aos moveleiros, que já podem começar um trabalho re- lativo à logística reversa dos seus próprios produtos e não só das embalagens. “Uma das atitudes que as indústrias moveleiras e de colchões podem adotar são parce- rias com prefeituras, empresas de recolhimento de lixo e lojas parcei- ras para oferecer tanto a facilidade no descarte de móveis e colchões inservíveis quanto alguma forma de recompensa para os clientes fi- nais que se dispõem a participar, como, por exemplo, uma política de cashback”, finaliza. Indústrias de móveis e colchões podem adotar parcerias com prefeituras, empresas de recolhimento de lixo e lojas Repassar informações a todas as partes envolvidas dá mais valor à economia circular
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