MV Norte & Nordeste 32

41 mesma proporção em que se buscam soluções para acelerar os processos e obter maior produtividade. Na China já há fábrica de cerâmica inteligente, que opera usando robôs para detecção e controle de qualida- de, além de usar robôs autônomos para transporte de objetos, que resul- ta em aumento na eficiência de pro- dução, redução de custos, diminuição de gastos operacionais e de consumo de energia. Em casos de desastres na- turais, a China Mobile possui uma es- tação operada por drones, que voan- do em baixa altitude em períodos críticos, reestabelecem a comunica- ção e facilita as operações de resgate. Tudo graças ao 5G. O que a indústria deve levar em conta para ter 5G, sabendo que é uma tec- nologia cara e nem sempre a melhor solução para todas as empresas e ne- cessidades? Se é para os funcionários usarem a internet para trabalhar, ou algumas plataformas com dezenas ou centenas de usuários conectados, o 4G atende a demanda. Mas, se pre- cisar da IoT (Internet das Coisas) para conectar todos os dispositivos e ar- mazenar uma grande quantidade de informações simultaneamente, o 5G pode ser a solução. Cada caso deve ser analisado individualmente. O uso do 5G compreende duas etapas. A primeira é o cronograma da Agência Nacional de Comunicações (Anatel) para cobertura de todo o território, que começou com as capitais e vai até dezembro de 2029 abrangendo muni- cípios de até 30 mil habitantes – po- dendo sofrer alterações. A segunda é a indústria querer usufruir o 5G. Embora haja acesso, ela precisará se adaptar (o maquinário deve ser compatível com a tecnologia) e isso dependerá das exi- gências de cada uma. Isabele Lima da Silva, consultora es- pecializada em tecnologia do Senai São Paulo, conta que além de equi- pamento compatível com a nova tecnologia, a indústria também pre- cisará ter profissionais qualificados, não apenas para o uso do 5G, mas capacitados para operar outras tecnologias que o 5G irá desencadear. “Es- tamos falando de pro- fissionais nas áreas de programação, arquite- tura de banco de dados, cibersegurança, desig- ners e desenvolvedores de softwares e arquitetos de ambientes virtuais”, ela enumera, prevendo grande procura de gente qualificada no mercado. O setor moveleiro não fica para trás. Com a pandemia, o e-commerce foi uma adaptação urgente e necessária. Quem não fez migração tecnológica, ficou menos competitivo. “A logísti- ca e uma operação centralizada são colocadas em xeque, pois há outra maneira de o consumidor ter um pro- duto que não seja o de massa: ele busca algo personalizado e customi- zado só para ele”, diz Isabele. Novas tecnologias também estão crescen- do e sendo implementadas no setor, como o uso da Realidade Aumentada (RA) para que o cliente veja como o móvel ficará na sua casa, se caberá no espaço, e escolher o melhor local para posicioná-lo. Aqui entra o 5G. Fábrica de cerâmica chinesa com tecnologia 5G BAIXA LATÊNCIA Um dos grandes benefícios do 5G para a Indústria 4.0 é baixa latência na trans- missão de dados, isto é, a propagação dos dados que trafegam do ponto A ao ponto B. No caso do 5G, a respos- ta é inferior a 10 milissegundos, o que significa 100% de conexão em tempo real. Menor latência juntamente com suporte para Time-Sensitive Networ- king (TSN) – que controla fluxos de da- dos em redes com fio - vai alavancar, ainda mais, a automação de processos sem fio – para a robótica, por exemplo. Fábricas inteligentes já vêm utilizando novas tecnologias para criar ecossis- tema coeso, adotando a automação nas operações, processos, e cadeias de suprimentos. No caso da indústria 4.0, conectividade é tudo, pois o mercado depende de máquinas com uso inten- sivo de dados e as velocidades bem é a previsão de assinaturas 5G no mundo até 2027, cerca de 49% do total de assinaturas móveis globais, conforme Relatório de Mobilidade da Ericsson (2021) 4 PREVISÕES SOBRE O 5G 4,4 bilhões 1,8 bilhão ¼ é a estimativa de crescimento de conexões 5G até 2025, liderados pela Ásia e Estados Unidos, segundo a GSMA Intelligence da população mundial terá acesso a cobertura 5G até 2030, revela estudo da McKinsey and Co. das industrias consideram o 5G crítico em seus esforços de transformação digital, aponta relatório da CapGemini, consultoria especializada tecnologia da informação, com sede em Paris . 75%