MV Norte & Nordeste 32
6 MÓVEIS DE VALOR NORTE E NORDESTE Se para você também o resultado das eleições causou de- cepção, neste barco está metade da população brasileira, para dizer o mínimo. Mas não é demais lembrar de que atravessamos períodos muito difíceis nas últimas duas décadas, e apesar dos políticos, conseguimos superar grandes desafios. Você conseguiu supe- rar, orientando (ou reorientando) seu negócio para enfrentar os problemas. E não vai ser um governo qualquer que vai tirar o seu negócio dos trilhos. Vou explicar melhor sobre o que me leva a ter esta con- vicção. Vamos avaliar o comportamento da indústria mo- veleira desde 2003 até 2022, usando dados do IBGE, que são os mais confiáveis. Neste período sobrevivemos a três presidentes, antes de Bolsonaro, claro. Lembrando os oito anos de Lula a partir de 2003, os seis anos de Dilma a partir de 2011 e os dois anos de Temer, a partir de 2017. E agora estamos completando os quatro anos de Bolsonaro. A produção física demóveis é uma verdadeira gangorra. Basta olhar para o gráfico. Analisando a situação, sempaixões, pode- ARI BRUNO LORANDI TEMOS RAZÕES PARA PREOCUPAÇÃO COMO FUTURO GOVERNO? CÁ ENTRE NÓS mos tirar algumas conclusões bem interessantes. A primeira é que nos dois mandatos de Lula tivemos cinco anos positivos e três anos negativos, especialmente o ano da “marolinha” de 2008. Mas recuperamos tudo e mais um pouco em 2010, quando o mundo emergiu da crise. Entramos no governo Dilma no azul, mas graças às trapa- lhadas do poste do Lula, a produção foi ladeira abaixo nos últimos três anos de seu desgoverno, até o impeachment em 2016. Temer chegou e saiu sem que a situação se alterasse profundamente. E, por conta da pandemia, quando se ima- ginava que a economia brasileira iria decolar, as indústrias de móveis amargaram três anos difíceis. Se tem algo positivo do “fique em casa” foi o fato de as pessoas perceberem que precisavam comprar móveis. Temos que admitir que vamos fechar 2022 com o maior tombo das últimas duas décadas. Nossa projeção indica recuo de 15,1%, no mínimo, na produção de móveis até dezembro. Então, tenho razão para expressar minha convicção sobre o futuro das indústriasmoveleiras? Claro que sim. E, como vimos no gráfico, sai governo entra governo e a gangorra continua. O que faz diferença é o comportamento do mercado, que sofre oscilações, muitas vezes independente da interferência ou da vontade dos governos. Cá entre nós: Precisamos agora de mais união, afinal somos resilientes. Acredito nisso. Assim como acredito que um problema de décadas, que devemos aproveitar a oportu- nidade para solucionar, é o atraso do varejo em relação a capacidade de vender móveis. A eficiência dos pontos de venda pode alargar o tamanho do mercado que até agora cresce apenas organicamente. Então, sempre juntos e sempre em frente!
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