MV Norte & Nordeste 34

23 Tarcísio convidava a entrar e co- nhecer os produtos. Com o tempo, o Baratão se transformou em uma loja de departamento, vendendo re- lógios, ferramentas, pneus, brinque- dos, UD, além de móveis e eletro. Guardando as devidas proporções, virou um mini shopping center. A divulgação mudou. Faz propaganda nas rádios, tem carros de som cir- culando nas cidades e um trio elé- trico usado em feirões e festas. Nas últimas duas décadas, todo final de ano, sorteia um carro zero km entre os clientes. Aderbal classifica Tarcísio como um visionário, mas em 2009 o em- presário sofreu um acidente fatal quando visitava uma das unidades. Com seu falecimento, a viúva Maria Ediane de Lima Gonçalves assumiu a presidência e a parte financeira. “Ela era perseverante, soube apro- veitar as oportunidades”, recorda o diretor administrativo. “Mas a veia empreendedora do Tarcísio foi fun- damental. Foi nosso Norte. Deixou a empresa muito bem estruturada e organizada”, conclui. preencher alguns requisitos, como ter um local na área central, espaço para exposição próximo de 2 mil m² e estar disponível para venda. Isso mesmo: a rede opera somente com lojas próprios. Com população próxima de 300 mil habitantes – dez vezes o tamanho da simpática Aurora – a atrativa Juazeiro do Norte poderia estar no radar do Baratão Móveis pelo potencial de consumo de pouco menos de um milhão de pessoas que circulam diariamente vindas de cidades vizinhas. Mas não está. Pelos mesmos critérios citados acima e pelo perfil de consumidores que difere do que está acostumado: classe C, D e aposentados, gente que vive da agricultura familiar, que não tem muito foco na Internet. O Baratão não lida com e-commerce. “Temos crediário próprio. Não trabalhamos com financeiras. É PIX, cartão e crediário próprio, o cliente leva carnê para casa. É uma forma de ter contato com eles”, diz o diretor administrativo Aderbal Albuquerque Bezerra, que ingressou na rede em 2005 aos 28 anos. “É uma clientela fiel. No começo do Baratão, o Tarcísio mandava um funcionário levar café e água para oferecer para quem ficasse na fila do banco para tirar dinheiro, gente da zona rural que madrugava”, conta. Além do mais, nas cidades em que está presente – com população média variando entre 25 mil e 45 mil habitantes – todo mundo se conhece. Em Juazeiro, teria que concorrer com Magazine Luiza e Zenir Móveis e Eletros, a maior rede de móveis do Ceará. “A Zenir já concorre com a gente em algumas cidades, como Milagres, Mauriti e Missão Velha”, informa. No início do negócio, qualquer pes- soa que passava na frente da loja Aderbal Albuquerque Bezerra, diretor administrativo Lojas grandes, com cerca de 2 mil metros de exposição e grande variedade no mix, é uma das marcas do Baratão

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