MV Norte & Nordeste 34

33 Manacapuru que, aos 71 anos, ainda mantém a movelaria funcionando a todo vapor e, desde 2007, produz armários e lousas para as escolas da rede estadual. “No começo, a gente trabalhava usando muita madeira. Os móveis eram feitos praticamente com 70% só de madeira. Aos poucos, vendo a preocupação dos órgãos ambientais com a natureza, fomos fazendo outros modelos de móveis. O pouco de madeira que utilizamos hoje vem de reservas legalizadas e documentadas”, disse. Acompanhado da esposa, filho e dos funcionários da movelaria, seu José ressalta que ainda é muito difícil para as gerações antigas perceberem o va- lor de preservar o meio ambiente, mas se mantém otimista para o futuro. “A gente tem feito o máximo que a gente pode para trabalhar de maneira sus- tentável. É um legado muito importan- te, porque esperamos que as pessoas vejam o exemplo da nossa empresa e queiram seguir para preservar a natu- reza, porque vem aí as próximas gera- ções. Degradar a natureza jamais, pre- servar sempre”, conclui. (Com informações Agência Amazonas) MÓVEIS COMMADEIRA DE MANEJO NO AMAZONAS Moveleiros amazonenses demonstram cuidado com o meio ambiente ao utilizarem como matéria-prima madeira oriunda dos Planos de Manejo Florestais Em todo o Amazonas, mais de mil moveleiros, que fazem parte do Pro- grama de Regionalização de Mobiliá- rio Escolar (Promove), cumprem uma função que vai além da construção de móveis para as escolas da rede esta- dual de ensino. O diferencial come- ça na matéria-prima, que é madeira oriunda dos Planos de Manejo Flores- tais. A partir disso, a consciência am- biental e a relação com a natureza se misturam com o trabalho. O Promove integra as políticas pú- blicas do Governo do Estado para o desenvolvimento socioeconômico e ambiental, por meio da Agência de Desenvolvimento Sustentável (ADS). Dono de uma movelaria na zona oes- te de Manaus, José Gomes fala sobre o trabalho e também sobre a relação com a natureza, construída na infân- cia. Ele garante o sustento da casa por meio do Promove. Empolgado, o moveleiro conta um pouco da ro- tina de produzir móveis escolares, mas também faz questão de mostrar as árvores que plantou ao redor da movelaria. A boa relação com a na- tureza foi construída desde criança. “Quem vem do interior tem essa re- lação muito forte. Eu defendo que a madeira além de ser legalizada, tem que ser plantada”, disse. No meio da pandemia, José Gomes, nascido às margens do Rio Purus, de- cidiu contar a história da sua família de seringueiros, que protegia a floresta. A ideia também era mostrar como o ser humano, na condição de morador da região amazônica, é capaz de retribuir os meios de sustento fornecidos pela natureza. “A minha família é tradicio- nalmente do seringal. Eu nasci e vivi lá também. Foi então que resolvi escre- ver um livro para mostrar como era o trabalho no local e como ainda é pos- sível preservar e produzir ao mesmo tempo”, falou o moveleiro. Esse mesmo respeito pela nature- za faz parte da rotina de um outro José, mais conhecido como José Tenório. Morador do município de Crédito: Antonio Lima/Arthur Castro/Secom

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