MV Norte & Nordeste 35

50 MÓVEIS DE VALOR NORTE E NORDESTE em áreas de indústrias moveleiras. Existem 50 empresas na região do município de Marco (CE), que compõem o oitavo maior polo moveleiro do Brasil, mas que ficam distante das regiões produtoras da principal matéria-prima. Toda a madeira utilizada para a fabricação de móveis ali é oriunda de florestas plantadas do Sudeste ou da Amazônia. A produção de móveis local é ex- portada para diversos países e gera dois mil empregos diretos na região. O setor demanda mais de 1,5 mil metros cúbicos de madeira por mês. O tempo e custo de transporte da madeira são empecilhos à sustenta- bilidade da atividade no município. O Grupo Jacaúna, uma dessas indústrias de móveis, tem apostado no cultivo de dois mil hectares de florestas e deve implantar cinco mil hectares até 2025. Com isso, pretende iniciar o processamento de madeira, a serraria e a distribuir madeira para o Nordeste. Um dos diferenciais da empresa é o emprego de mão de obra feminina em parte dos tratos silviculturais realizados nos plantios. (Com informações Globo Rural) EMBRAPA QUER EXPANDIR FLORESTAS PLANTADAS NO NORDESTE Estudo da empresa estatal selecionou espécies de árvores que apresentaram bom desempenho para cultivo no Ceará Setor moveleiro do Nordeste precisa importar madeira da Amazônia e do Sudeste com custos mais altos Foto: Divulgação Uma pesquisa da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) selecionou seis espécies de árvores nativas e exóticas e cinco clones de eucaliptos que apresentaram bom desempenho para cultivo no Ceará. A ideia do estudo, iniciado há 12 anos, é fomentar a cadeia de florestas plantadas no Nordeste, demanda antiga do setor moveleiro da região, carente de matéria-prima nas proximidades e que precisa importar madeira da Amazônia e do Sudeste com custos mais altos. Apesar de parecer improvável que a forte insolação, o baixo volume de chuvas, os solos arenosos e os ventos fontes propiciem ambiente favorável para a produção de madeira de qualidade para atender aos padrões das fabricantes de móveis, a estatal indicou que é possível investir no plantio florestal no Ceará. O projeto, coordenado pela Embrapa Agroindústria Tropical (CE) e pela Embrapa Florestas (PR), avaliou 39 espécies em diferentes regiões do estado. Além de atender a produção de móveis, o material tem potencial para a geração de energia e construção civil, além dos usos de campo como a produção de mel, a arborização, a recuperação de áreas degradadas e a utilização das árvores como componentes de sistemas de Integração Lavoura-Pecuária- Floresta (ILPF). “Várias espécies e clones de eucaliptos apresentaram ótima resposta para adaptação”, diz a pesquisadora Diva Correia. As espécies nativas promissoras para cultivo no Ceará identificadas pela Embrapa são pau-d’arco-roxo, jatobá, angico branco e sobrasil. Entre as exóticas estão a acácia australiana, chichá e cinco híbridos de eucaliptos. Atualmente, a estatal mantém experimentos nos municípios de Acaraú, Tabuleiro do Norte (na chapada doApodi), Aracati, Marco, Pacajus e Quixeramobim. Ao todo, estão em avaliação 85 clones de eucaliptos, além de 24 espécies nativas e 9 exóticas. LEVANTAMENTO DE DADOS DA FLORESTA Os pesquisadores da Embrapa ressaltam que havia pouca informação sobre o plantio de espécies florestais no Estado, e que por isso é importante fazer outros estudos e ampliar a base genética testada em solo cearense. Vários experimentos são realizados

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