MV Norte & Nordeste 37
28 MÓVEIS DE VALOR NORTE E NORDESTE CENÁRIO NADA PROMISSOR PARA AS EXPORTAÇÕES Injeção de R$ 40 bilhões para impulsionar as exportações no programa de revitalização da indústria não anima os empresários Exportadores estão céticos devido a perda de competitividade do móvel brasileiro no mercado externo causado pelo Custo Brasil O governo federal anunciou um pla- no para estimular o desenvolvimento industrial, chamado de Nova Indústria Brasil. Dos R$ 300 bilhões previstos, R$ 40 bilhões serão destinados para alavancar as exportações. Inclui a cria- ção do BNDES Exim Bank, novas linhas de financiamento, redução de spread para o pré-embarque, além de desbu- rocratização, ampliação do acesso a mercados, implementação integral do Portal Único de Comércio Exterior (pro- messa de 2014) até 2025, além de taxas e tarifas portuárias simplificadas: 105 taxas portuárias já forammapeadas. Para os exportadores, no entanto, a iniciativa não passa de um conjunto de boas intenções, uma ideia. O motivo é simples: está caro exportar, princi- palmente, para quem trabalha com o móvel tipo commoditie, aquele ideali- zado e desenvolvido pelo comprador, seja importador, distribuidor ou lojista, e produzido no Brasil. Essas commodi- ties representam o maior volume das vendas totais para o exterior e, para piorar, já há movimentos de impor- tadores propensos a direcionar suas compras para a Ásia. A perda contínua de competitividade é causada pelo chamado Custo Bra- sil, soma de déficits em infraestrutura logística, mão de obra desqualificada, preço da matéria-prima que se firmou em patamar elevado após a pande- mia, insegurança jurídica, entre outros fatores, que impõem altas perdas aos exportadores. Não há a mínima chan- ce de repassar 5% de custos porque o mercado externo simplesmente não aceita nada que altere os seus valores de referência. Muitos pensam até em reduzir os valores de referências. Daí a fuga para a Ásia. Por Guilherme Arruda, jornalista convidado
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