MV Norte & Nordeste 37

29 O cenário fica sombrio ao sentir que, de um modo geral, o mercado mun- dial não está comprador. A percep- ção é que há problemas na Europa e na América do Norte. O caminho é exportar móveis de va- lor agregado, que independe da si- tuação econômica de um país, pois tem consumidor que não olha tanto para o preço, mas sim se o produto atende suas necessidades, se tem qualidade, se é bonito. “Nesse pon- to, o Brasil tem um grande diferen- cial: design e criatividade”, enaltece Claudiomar Verza, da Universum Móveis, de Antonio Prado (RS). “Esse é o segmento onde mais atua- mos”, informa o empresário, reve- lando que teve crescimento de 12% ano passado, enquanto as vendas externas brasileiras recuaram quase 8%. Os principais clientes estão nos Estados Unidos, na América Central, América do Sul e um pouco na Eu- ropa. “O desafio hoje é fazer com que nossos produtos cheguem até esses mercados, mas noto que nos últimos anos eu e alguns colegas avançamos lentamente nessa dire- ção”, conclui Verza. VENDAS RECUAM EM 2023, DE NOVO Pelo segundo ano seguido, os em- barques brasileiros de móveis tiveram resultados negativos. Em 2023, o total enviado ao exterior foi de US$ 887,2 milhões, 7,78% inferior em relação a 2022. O desempenho é parecido com o exercício anterior, quando somou US$ 962,1 milhões e registrou retra- ção de 7,66% relativamente a 2021. No acumulado dos dois últimos anos o setor deixou de vender no comércio exterior US$ 233 milhões. É o mesmo valor caso deixasse de exportar o ano passado de uma só vez para Europa, América Central (+Caribe), África e Oriente Médio. As importações em 2023 chegaram a US$ 712,2 milhões, representando um crescimento de 3,6% em relação ao ano anterior. Essa performance resultou em um superávit de US$ 175,0 milhões na balança comer- cial de 2023, o terceiro melhor em uma década, atrás apenas de 2021 (US$ 275 milhões) e 2022 (US$ 274,8 milhões). A China concentrou 43,2% de todas as compras feitas no exte- rior – 6 pontos percentuais superior à média histórica em uma década – com US$ 308,2 milhões, uma alta de 14% em relação ao ano passado. Após um hiato de quatro anos (2019- 2022) a América do Sul voltou a mos-

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