13 possui seu próprio sistema de acompanhamento processual e quando há, nem sempre há filtros específicos por setor econômico. Mas identificamos que o embrião das mudanças remonta aos anos 1990, período marcado pela expansão de redes como Arapuã, Casas Bahia, Insinuante, City Lar e Magazine Luiza, que ampliaram a presença nas regiões, ao mesmo tempo em que acontecia o fortalecimento de redes locais, especialmente no interior. O ambiente mudou com a estabilização do Real combinado com crises internacionais: a cada chilique lá fora correspondia a um soluço aqui dentro: juros nas alturas, crédito sumindo, inadimplência e, para quem estava acostumado ao carnê, um golpe. O FIM DOS ÍCONES Constituída em 1989, em Minas Gerais, a Ricardo Eletro tornou-se uma das maiores varejistas do país, com mais de 1,2 mil lojas, atuando fortemente nas regiões Norte e Nordeste. A partir de 2015, enfrentou dificuldades financeiras, culminando cinco anos depois com o pedido de recuperação judicial, com dívidas superiores a R$ 4 bilhões – levando junto algumas redes. Sua insolvência aconteceu em 2022 e, posteriormente, suspensa. Atualmente, opera no comércio eletrônico, com a bandeira Nossa Eletro. A baiana Insinuante, fundada em 1959, uniu-se à Ricardo Eletro em 2010, formando a Máquina de Vendas, mas com a centralização das operações sob a bandeira Ricardo Eletro, a marca foi descontinuada. A rede City Lar, criada em 1979, comprada pela Máquina de Vendas e depois absorvida pela Ricardo Eletro, deixou de existir como marca em 2016. Mesmo destino teve a Eletro Shopping, adquirida em 2011 pela Máquina de Vendas e descontinuada. Com cerca de 140 lojas no Nordeste, a rede Lojas Maia, da Paraíba, foi comprada pelo Magazine Luiza em 2010 e nos dois anos seguintes a marca foi gradualmente desaparecendo. A Lojas Paraíso, formada nos anos 1980, em Fortaleza, foi outra que se destacou na venda de eletrodomésticos e móveis, mas enfrentou dificuldades financeiras e encerrou suas operações. No final dessa mesma década, a Arapuã pediu concordata, afetando as operações no Norte e Nordeste. Em 2002, com passivo superior a R$ 1 bilhão, teve a falência definida e revertida depois em segunda instância. Os motivos: expansão agressiva sem planejamento financeiro adequado, aumento da inadimplência, queda nas vendas a prazo e dificuldades em adaptar-se à concorrência crescente. Fundada em 1980, em Monte Carmelo (MG), a Eletrosom chegou a ter 148 lojas no Norte e Nordeste, mas em 2015, entrou em recuperação judicial com dívidas acima de R$ 200 milhões. Em março de 2025, a Justiça decretou a falência. Entre as causas estão o endividamento elevado e dificuldades em renegociar dívidas, concorrência acirrada e impactos econômicos adversos, incluindo a pandemia de COVID-19. Outra baixa foi a rede Lojas Rabelo, de Fortaleza, que operou com mais de 90 lojas no Ceará, Rio Grande do Norte, Piauí, Pernambuco, Bahia, Maranhão e Paraíba e em 2017 entrou com pedido de recuperação judicial. Uma parte das antigas lojas foi reaberta mais tarde com o nome de Magazine Duarte, conforme informações da assessoria jurídica do Sindicato dos Comerciários de Fortaleza. Recentemente, a Sofá Design, especializada em móveis sob encomenda, do Rio Grande do Norte, entrou com pedido de recuperação judicial e fechou lojas deficitárias. NASCE UM NOVO CICLO Em meio ao colapso de modelos tradicionais, arquiteturas conhecidas de negócios ressurgem para transformar crises em oportunidades com o aparecimento de redes que utilizam franquias para bancar a expansão, e redes formadas por associações de lojistas – ambas têm a finalidade de otimizar custos e aumentar a capacidade de negociação de compra de produtos diretamente com as
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