52 MÓVEIS DE VALOR NORTE E NORDESTE debate global. E não por acaso. A pandemia, a crise climática, as tensões geopolíticas e a pressão pela transição verde reacenderam o protagonismo de programas nacionais de apoio à indústria. No Brasil, o Nova Indústria Brasil, lançado em 2024, foca em infraestrutura, descarbonização e transformação digital. Mais uma vez, o setor moveleiro — formado majoritariamente por micros, pequenas e médias empresas com pouca articulação política — ficou de fora. Nada de novo: desde 1930, quando começou a industrialização brasileira, móveis só apareceram uma única vez numa PI, nos anos 2000, e ainda assim de forma lateral. APOIOS PONTUAIS NÃO BASTAM Hoje, o setor conta com instrumenMÓVEL É UM ELO ESQUECIDO POR POLÍTICAS DE GOVERNOS Por Guilherme Arruda, jornalista convidado Durante quase um século, diferentes governos brasileiros elegeram setores considerados estratégicos para receber incentivos fiscais, subsídios, linhas de crédito especiais e apoio à pesquisa. Automóveis, química, fármacos e, mais recentemente, semicondutores e biotecnologia ocuparam esse espaço. Já o setor moveleiro, mesmo empregador e dinâmico, sempre ficou à margem — lembrado apenas em momentos pontuais e de forma periférica. POLÍTICA INDUSTRIAL DE VOLTA AO CENTRO A chamada Política Industrial (PI), entendida como um conjunto de ações estratégicas de Estado para desenvolver setores produtivos, estimular inovação e ampliar a competitividade, voltou ao centro do
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