15 Então, o que explica um estado, cuja colocação na importação de colchões até 2023 era 14ª no país em volume, subir 11 posições nos dois anos seguintes – um salto nunca visto em nenhum outro estado? A Secretaria de Finanças de Rondônia, respondendo a nossa reportagem, informa em nota que essa guinada pode estar relacionada aos benefícios fiscais previstos na Lei 1.473 de maio de 2005, que concede crédito presumido de até 85% do valor do ICMS gerado nas operações interestaduais para produtos importados do exterior. “O objetivo é estimular a atividade econômica e a geração de emprego e renda, devendo tornar o Estado mais atrativo para determinadas operações comerciais”, diz Márcio Passos, gerente de Tributação da SEFIN, alertando que não é possível afirmar que o crescimento observado se deva exclusivamente a esse fator. O crédito presumido pode acontecer em qualquer porto ou desembaraço, mas o estabelecimento beneficiário precisa estar em Rondônia. O Tribunal de Contas de Rondônia, também ouvido pela reportagem, observa que “a ausência de monitoramento de resultados impede a mensuração do custo-benefício dos incentivos fiscais concedidos”. EVOLUÇÃO Entre janeiro e outubro do ano passado, Rondônia importou 258 colchões, algo que não fazia desde 2018. Aliás, nem aparecia no mapa dos importadores havia anos. Foi um negócio apenas, em julho. Em 2025, em igual período, foram computados exatos 35.555 colchões, 1/5 de todas as importações brasileiras, atrás de dois compradores habituais, Santa Catarina (43,8%) e São Paulo (24,5%) – os três somam mais de 90% do total adquirido fora do
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