MV Norte & Nordeste

37 PRIMEIRO DIA: ONDE TUDO COMEÇA — OU TERMINA Imagine o novo colaborador chegando animado, mas encontrando um ambiente despreparado: ninguém sabe ao certo o que ele fará, o líder está em reunião e o computador não está configurado. Um detalhe pequeno, mas que envia uma mensagem enorme: “Aqui, você está por conta própria.” A Gallup reforça que 70% da experiência dos primeiros 90 dias determina se o profissional ficará mais de um ano na empresa. A Deloitte complementa: organizações com integração estruturada alcançam 82% mais retenção e 70% mais produtividade nos primeiros seis meses. Em equipes enxutas, onde cada pessoa faz diferença, o onboarding deixa de ser formalidade. Torna-se um investimento de alto retorno. ONBOARDING: O ESPELHO DA CULTURA Mais que uma recepção cordial, o onboarding é a primeira experiência concreta da cultura da empresa. É ali que o colaborador entende como a organização opera, o que ela valoriza e o que significa realmente “pertencer”. Quando o processo é bem conduzido, o novo funcionário encontra acolhimento, clareza e direção. Quando é improvisado, enxerga confusão e desalinhamento — e começa a considerar alternativas. Nas empresas em expansão, esse momento precisa ser humano, intencional e coerente. Explicar o propósito do negócio, mostrar o impacto real de cada função, criar momentos de convivência e oferecer feedbacks curtos faz toda a diferença. São atitudes simples, mas que constroem pertencimento — o maior antídoto contra o turnover. ENGAJAMENTO: O MOTOR INVISÍVEL DA PRODUTIVIDADE Engajamento não é luxo de grandes corporações. É o combustível da produtividade. Segundo a Gallup, colaboradores engajados são 21% mais produtivos e têm 37% menos absenteísmo. E o que cria engajamento não é bônus: é sentido, reconhecimento e conexão. O processo de integração é a primeira oportunidade de demonstrar que a empresa se importa. Um plano claro, alguém responsável por acompanhar a adaptação e espaço real para aprender fortalecem o vínculo emocional — e esse vínculo resiste a ofertas e oscilações de mercado. COMO REESCREVER O PRIMEIRO CAPÍTULO Melhorar o onboarding não exige grandes investimentos. Exige preparo. Um roteiro simples já transforma a experiência: Planejar a primeira semana com antecedência; Definir tarefas reais e metas claras; Apresentar propósito, visão e valores; Garantir a presença do líder logo no primeiro dia; Criar rituais de feedback aos 15, 30 e 60 dias; e Celebrar pequenas conquistas. Essas ações constroem uma base cultural sólida — mesmo em empresas em crescimento. Quando a cultura é forte, o turnover cai naturalmente, porque as pessoas deixam de buscar apenas um emprego e passam a querer permanecer em um time que faz sentido. O VERDADEIRO RETORNO DO CUIDADO Em um mercado competitivo, reter talentos virou diferencial. Empresas que investem em integração colhem ganhos diretos: menos retrabalho, mais engajamento e maior previsibilidade. O retorno está em não desperdiçar tempo, energia e conhecimento a cada troca de colaborador. Se o turnover começa no primeiro dia, é também no primeiro dia que uma nova história de engajamento pode nascer. A pergunta é: o que a sua empresa faz com esse momento? Vale começar agora: revise sua jornada de integração, converse com quem entrou recentemente e pergunte o que poderia ter sido melhor. As respostas talvez valham mais que qualquer processo seletivo.

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