MV Norte & Nordeste

43 gística reversa à transformação de resíduos em novos produtos, como briquetes de madeira e insumos reciclados. “A pressão do mercado e das instituições financeiras vai tornar o ESG um requisito para o acesso a crédito e investimentos já a partir de 2026”, alerta a especialista. FEIRAS MAIS CONSCIENTES, NEGÓCIOS MAIS SUSTENTÁVEIS As feiras do setor também acompanharam esse movimento e se tornaram vitrines de boas práticas. A Mostra de Móveis de Ubá (MG) e a Femur, ambas organizadas pelo Intersind, adotaram o formato de estandes abertos, sem paredes, reduzindo drasticamente o uso de materiais descartáveis. Parcerias com associações de catadores e o uso de crachás de papel semente deram novo significado ao conceito de evento sustentável. A Yes, pioneira no formato de showroom, consolidou o selo “ESG Yes – Responsabilidade com nossa comunidade”, priorizando fornecedores locais e processos digitais. Já a Movelsul e a FIMMA Brasil reforçaram a coleta seletiva, o reaproveitamento de carpetes e a realização de palestras sobre responsabilidade ambiental. E a Formóbile implementou o programa internacional Better Stands, que prevê a reutilização total de componentes dos estandes até 2030. Essas mudanças não são apenas estéticas ou operacionais, elas representam a integração real do ESG ao modelo de negócios. SUSTENTABILIDADE QUE GERA LUCRO Ao longo do ano, ficou evidente que o ESG não é apenas uma pauta ética, mas também econômica. Como lembrou Débora Irie em uma das reportagens, as boas práticas ambientais e sociais geram retorno financeiro mensurável. A eficiência energética, o uso racional da água e a redução das emissões de gases de efeito estufa diminuem custos, aumentam produtividade e ampliam oportunidades no mercado internacional. O caso da Micropet é um bom exemplo. A empresa, que recicla garrafas PET para produzir insumos destinados à indústria colchoeira, estruturou um robusto Plano de Ação ESG e conquistou certificações que abriram portas para exportação. “O retorno financeiro é consequência direta da boa gestão e da transparência”, destacou o diretor Carlos Antonio Lorenceto. Para Débora, exemplos como esse comprovam que sustentabilidade e rentabilidade caminham juntas, “Empresas com boas práticas ESG têm melhor reputação, maior valor de mercado e mais estabilidade no longo prazo.” O “S” QUE SUSTENTA TUDO Mas não há ESG verdadeiro sem o olhar humano. O pilar social, muitas vezes negligenciado, ganhou protagonismo em 2025. Débora Irie, que também é partner da Great Place to Work, mostrou que o bem-estar dos colaboradores impacta diretamente Débora Irie, mentora do curso Trilha de Aprendizado ESG: um caminho sem volta A Micropet recicla garrafas PET para produzir insumos para a indústria colchoeira os resultados financeiros. Empresas reconhecidas como “melhores para se trabalhar” cresceram, em média, 9,6% — índice muito acima do PIB nacional. O Grupo Gazin é um exemplo de como o investimento em pessoas se traduz em produtividade e reputação. A empresa oferece benefícios amplos, incentiva a educação e mantém políticas de diversidade e inclusão. Além disso, por meio do Instituto Mário Gazin, desenvolve projetos sociais que ampliam seu impacto positivo. Para Débora, cuidar das pessoas dentro e fora da empresa é mais do que um ato ético, é uma estratégia inteligente de negócios. Negligenciar esse APOIO DE CONTEÚDO

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