Móveis de Valor - Edição 205

33 moveisdevalor.com.br A pandemia acelerou o processo de auto- mação nas fábricas, nos serviços e nas áreas administrativas, mas paralelamente, eviden- ciou a lacuna que há entre empresas com conhecimento digital de alto desempenho e as de baixo desempenho. INCERTEZA ATRASA A CHAGADA DO FUTURO João Alfredo Delgado, diretor de Tecnologia da ABIMAQ não tem dúvida: a condição para a transformação digital avançar no parque industrial brasileiro é o tão aguarda- do crescimento econômico. Os empresários, de modo geral, sabem que a transformação digital possibilita fazer coisas que antes não eram possíveis, como manutenção preven- tiva do maquinário à distância, além de elevar a produtividade e a assertividade. No entanto, antes de tomar a decisão de investir, eles costumam avaliar o nível de confiança em relação ao crescimento futuro da economia. A regra é clara: o que move o empresário é o lucro, e isso depende do comportamento da economia. “Precisa parar de pensar que industrial é burro. Não é”, diz categórico o diretor de Tecnologia da ABIMAQ. Pro- fundo conhecedor do tema, João Delgado aponta que a incorporação de novas tecno- logias deve seguir alguns princípios. Primei- ro é saber se vai atender às necessidades do negócio. Segundo, verificar a qualidade de como será implantada. “O industrial inves- te se fizer sentido para o seu negócio e se o panorama econômico for favorável”, reforça. Não há nenhuma pesquisa que mostre o estágio de avanço tecnológico nas indústrias de móveis brasileiras. Basicamente, o que se vê como futuro é o aumento da capacidade produtiva utilizando a automação. De modo empírico, o sentimento que se tem é que bem menos de 20% das unidades fabris se enquadrem no conceito de transformação digital, sendo boa parte concentradas na Região Sul, seguida pelo Sudeste. “Por que o Sul investiu em inovação? Porque foi desejo do cliente”, responde, João Delgado, lem- brando que os marceneiros também vêm adquirindo máquinas de última geração já há um bom tempo. MENOS DE 20%DAS FÁBRICAS DE MÓVEIS SE ENQUADRAM NO CONCEITO DE TRANSFORMAÇÃO DIGITAL