Móveis de Valor - Edição 211

11 moveisdevalor.com.br 3,2%, queda de 37%. Em valor representa mais de R$ 1,4 bilhão que sumiu no mercado. A que se deve essa queda? Seria devido à dimi- nuição da taxa de natalidade no Brasil que teve queda de 6,2% durante a pandemia? Ou devido a diminuição do poder de compra dos brasilei- ros que ficaram, em média, 5,6% mais pobres entre 2014 e 2020? Nada disso explica essa redução brusca do mercado moveleiro infantil. Isso porque, só em 2020, o mercado de brinquedos cresceu 3% e o de roupas infantis está com uma expectativa de crescimento de 6% a 7% para 2021/22. Ou seja, há alta procura no mercado por itens para crianças. Então por que só o mobiliário infantil tem sido deixado de lado? Em uma pesquisa rápida, a Móveis de Valor de- tectou que há pais que gastam em uma compra de roupa para o filho o mesmo valor que gasta- riam em um berço. Não, você não leu errado. É fácil fechar essa conta. Um berço popular hoje custa em média entre R$ 500,00 e R$ 700,00 reais. Ao acessar um site de roupas para bebês, encontramos o seguinte outfit: camiseta de ma- lha (R$ 89,00), calça de moletom (R$ 129,00), moletom com capuz (RS$ 169,00), tênis (R$ 134,00). Sem contar os demais acessórios como meia, adereços para o cabelo, entre outros, já chegamos a um total de R$ 521,00. Ou seja, valor superior ao de um berço encontrado no va- rejo. E por que as pessoas têm preferido gastar com roupas ao invés de investir em móveis? Essa é uma pergunta que pode nos trazer diversas interpretações. Especialmente porque, quando colocamos na ponta do lápis, percebemos que essa conta vai muito além dos números, visto que, móveis infantis tem uma duração média de 5 anos enquanto roupas para bebês duram apenas meses. Vendo por essa perspectiva, não é difícil consta- tar o quanto o mercado de móveis infantis tem sido passivo diante desse cenário. Aparente- mente, o setor aceitou essa posição sem contes- tar. É difícil pensar que os empresários do setor se conformem com a ideia de que as pessoas têm condições de investir em móveis, mas preferem depositar esse dinheiro em roupas. O que tem sido fei- to para mudar essa realidade? O que se faz para agregar tecnologia para que esses itens voltem a ser atrativos aos olhos dos consumidores? Como fazer para que as pessoas voltem a enxergar o valor (e a necessidade) de com- prar móveis infantis de qualidade? O mercado está, aos pou- cos, voltando a aquecer e esse cenário reforça a necessidade de os empresários que atuam no segmento infantil voltarem para o fight e mostrarem que não estão apenas fazendo “mais do mesmo” esperando colher resultados dife- rentes.

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