Móveis de Valor - Edição 222

49 moveisdevalor.com.br – é conhecer a agenda econômica do governo Lula e a capacidade de fazê-la avançar, algo que necessa- riamente passa pela discussão de uma ancoragem fiscal, tema que o presidente eleito já anunciou que não pretende adotar. Não está claro ainda. Nesse caso, ele precisaria enviar um Projeto de Emenda Constitucional (PEC) para o Congresso, local onde pode encontrar dificuldades para a construção de uma base favorável, considerando o viés ideológico e programático da nova composição legislativa. Peça poderosa desse mecanismo é o futuro ministro da Economia. Criador do teto de gastos, Henrique Meirelles é um nome que agrada o espectro finan- ceiro, além de Luis Lara Resende e Pérsio Arida, ambos integrantes da equipe de transição. A equipe de Lula, entretanto, dá preferência para um político experiente, que conheça a dinâmica do Congresso, como os ex-governadores Rui Costa (Bahia) e Wel- lington Dias (Piauí). OQUEPENSAMOSDIRIGENTES DAS ENTIDADESDOSETOR A MV perguntou aos dirigentes de entidades sindicais dos principais polos moveleiros se eles estão otimistas ou pessimistas em relação ao desempenho da economia para o próximo ano. A maioria situa-se na faixa de “moderadamente otimista”. “Acredito que será um ano desafiador, para quaisquer dos quadros políticos que viessem a assumir o País. No caso do PT, ele enfrentará, certamente, obstáculos para equilibrar as contas (fiscais) e ainda cumprir as promessas de campa- nha”, acredita Luiz Carlos Pimentel, presidente do Sindusmobil, de São Bento do Sul (SC). “Independentemente do cenário econômico e político, acredito que teremos resultados melhores para as nossas empresas em 2023. Todos os empresários fizeram o dever de casa, ajustaram suas operações. Portanto, o próximo ano será de maior estabilidade ao longo dos 12 meses e sazonalmente mais regular, apesar de ainda não prever crescimento significativo do mercado para o setor moveleiro”, comenta José Lopes Aquino, presidente do SIMA, de Arapongas (PR). “No meio empresarial é preciso ser otimista, mas com os pés no chão. No Congresso da Mo- vergs, os palestrantes especialistas em econo- mia apontaram um reaquecimento da economia entre o final de 2022 e o início de 2023. Essa pode ser uma boa motivação para buscarmos novas oportunidades de ne- gócios”, torce Rogério Frâncio, presiden- te da Movergs, Rio Grande do Sul. “Sempre nos mante- mos otimistas, apesar das incertezas políti- cas. A rigor, o Brasil nunca foi modelo de cenário econômico estável e previsível. Temos tido resulta- dos relevantes nos últimos meses. Em relação ao desempe- nho do novo governo, esperamos que tenha isso como foco, acom- panhado da redução do desemprego e au- mento do PIB. Para isso é preciso que haja incentivos ao investimento privado, que empresas e inves- tidores estrangeiros se sintam estimu- lados a apostar no país”, pontua Bruno Barbieri Rangel, do Sindimol, do Espírito Santo. “Consigo responder somente após ouvir o plano de governo do próximo mandato. Se o Bolsonaro e a sua equi- pe continuassem (no governo), eu diria que o cenário seria muito promissor”, resume Áu- reo Barbosa, do Inter- sind, de Ubá (MG). ÁUREO BARBOSA, DO INTERSIND, DE UBÁ

RkJQdWJsaXNoZXIy MzE5MzYz