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47 como algo prioritário para elas. Portanto, saber aproveitar os mínimos espaços da casa é um ponto importante para esse grupo. “Uma startup de tecnologia dos Estados Unidos, a Ori, lançou uma linha de móveis robóticos que pode se adaptar a várias configurações, como transformar umquarto emuma área de trabalho com o toque de um botão ou suspender uma cama acima de uma área de estar quando não estiver emuso, coma intenção de oti- mizar ambientes residenciais menores”, destaca Jane. Ela também acredita que uma forte tendência dos singletowns será o uso do teto como uma quinta parede. “A startup Bumblebee Space, de São Francis- co, criou um sistema de armazenamento inteligente para uma vida compacta, os móveis e pertences ficam escondidos dentro de caixas de teto, que são levan- tadas e abaixadas com o toque em um dispositivo eletrônico ou acionadas por comando de voz”, exemplifica Jane. O arquiteto Tiago Curioni tambémpensa como a especialista. “Pode-se supor que para mobiliar singletowns serão utiliza- dos produtos altamente personalizáveis e capazes de suprir às exigências mais elevadas do usuário”. Segundo ele, “é possível supor que marcas de produtos exclusivos, de tiragens limitadas e até que mantenham em confidencialidade a identidade de seus clientes, surjam com mais frequência para atender às deman- das únicas e até mesmo inimagináveis”. Por fim, Paulo Escrivano, New Business Manager da Spark:off Brasil, sugere mais uma tendência de moradia do futuro: as casas multigeracionais. De acordo com ele, esses serão imóveis projetados para pessoas de diferentes gerações que esco- lhem viver dividindo o mesmo espaço. “A grande vantagem em viver em uma casa multigeracional é a possibilidade de convívio em família, onde nenhum ORI, MÓVEL ROBÓTICO QUE CABE EM AMBIENTES MINÚSCULOS PAULO ESCRIVANO, NEW BUSINESS MANAGER DA SPARK:OFF BRASIL dos membros tem restrições ou sua inti- midade invadida, mas, para isso ocorrer, as necessidades e o estilo de vida de cada morador precisam ser respeitados”. A ideia dessas casas será baseada em fun- cionalidade e democracia, de forma que cada ambiente será adaptado para que as diferenças naturais entre as gerações sejam amenizadas. “A Jonathan Wolf Architects, com sede em Londres, está desenvolvendo casas extraordinárias na Europa e na África que fornecem um novo projeto para uma vida multigera- cional. É tudo sobre como criar conexões emdiferentes graus”, comenta Escrivano. “Até certo ponto, é como a ideia do in- quilino, trata-se de descobrir onde você quer se comportar em comunidade, e onde não quer”, completa. E se engana quem pensa que essas trans- formações no jeito de morar das pessoas ainda vão demorar para se tornarem realidade. “As mudanças já estão aconte- cendo e os novos conceitos do morar já estão sendo incorporados por arquitetos, designers e engenheiros que estão co- nectados com o consumidor do futuro”, afirma Escrivano. Para ele, a explicação para essas mudanças aceleradas está na crise global da Covid-19 que estimulou o home office e, consequentemente, ressig- nificou a forma como as casas são usadas. “A flexibilidade total agora é um fator chave para móveis, eletrodomésticos e arquitetura e há uma grande oportunida- de para as marcas atingirem o equilíbrio entre multifuncionalidade e facilidade de uso, sem sacrificar a simplicidade”, reitera o New Business Manager. Já Curioni acredita que o segredo dos móveis do futuro estará no mix entre matérias-primas de qualidade superior às soluções de alta tecnologia de fabricação. “Além disso, é preciso garantir que estes produtos sejamapresentados virtualmente e entregues de forma global em um curto espaço de tempo”, conclui o arquiteto. Por Gabrielly Zem, jornalista
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