MV Norte & Nordeste 31

45 Equipe de vendedores dedores e a mercadoria. Para não ficar fichado, fui embora. Mas não foi fácil. Era uma jornada dura, das 7 às 7 e sol de 38 graus sempiedade. Recebiamui- tos “nãos” e poucos “sins”. Eu vendia os CDs e DVDs e minha esposa fazia faxina. As filhas ficavam em casa com uma pessoa de confiança”, recorda. A VIRADA Ainda em Recife, chegou a trabalhar em uma loja de calçados no shopping Guararapes e depois vendedor de po- mada massageadora de porta em porta. Foi quando parou para pen- sar que a experiência adquirida até ali podia ser capitalizada a seu favor. Achava-se seguro e capaz para dei- xar de ser empregado. Estava na casa dos 30 anos de idade quando retornou para Garanhuns e lá recebeu o convite de um casal de ami- gos para entrar como sócio em uma loja de colchões. Um ano depois, já com duas lojas, Robson decidiu sair, levando na bagagem mais perdas do que lucros. “Agradeço a Deus por eles terem me dado a oportunidade de conhecer o ramo de colchões. Mas a experiência não foi boa. Até hoje estou pagando dívidas, mas tudo bem, não reclamo”, conforma-se. Aqui entra em cena José Vitorino Rios Monteiro Neto, diretor comer- cial da Nordeste Colchões/Ortolite, de Bezerros, que acreditou na deter- minação de Robson e bancou R$ 60 mil em produtos para ele montar o primeiro feirão de colchões no cen- tro de Quipapá, com ajuda de quatro tendas emprestadas de uma igreja. Era novembro de 2019. “Ele foi um anjo da guarda, um verdadeiro pai que acreditou no meu potencial”, conta Robson, reconhecendo o al- truísmo do empresário. O modelo de feirões se estendeu para cidades próximas, entre as quais Canelas, Jurema e Agrestina. Defini- do o município, alugava um espaço, público ou privado, fazia anúncio e contratava carro de som para cha- mar consumidores. Cada feirão du- rava 30 dias. Tudo ia bem até que veio a pandemia. “O bom é que já tí- nhamos uma estrutura, mercadorias e um norte. O auxílio emergencial fez muita gente procurar colchões e daí entramos no online”, informa. Em agosto de 2020, na reabertura do comércio, Robson achou que era hora de dar um salto maior: com capital de R$ 50 mil, montou a pri- meira loja em Garanhuns, um espa- ço de 35 m², pequeno para expor colchões, mas grande o suficiente para acolher todos os seus sonhos. Esse ponto foi fechado e aberto ou- tro, um pouco maior. A segunda loja também foi em Garanhuns. Enquanto conversava com a Móveis de Valor, Robson interrompia a en- trevista para dar instruções para pes- soas que organizavam os preparati- vos para a inauguração da filial em São José da Laje, a segunda em Ala- goas (a primeira fica em Ibateguara) – e a quarta da rede. “Antes, para ganhar R$ 2 mil, eu tinha que vender mil CDs. Hoje, em uma venda, con- sigo os mesmos R$ 2 mil”, compara. O próximo sonho é transformar a Sono Lite na maior rede de col- chões de Pernam- buco e Alagoas. “Tudo o que vivo hoje, eu já sonhei um dia, pode ter certeza. Incluindo esta matéria na revista”, profeti- za. Robson é uma inspiração para os oito irmãos.

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