MV Norte & Nordeste 40
47 empresas e trabalhos que tenham propósitos para eles, o que é diferente das gerações anteriores, que trabalhavam para sustentar a família e ter um patrimônio”, começa o mentor. “Por outro lado, as empresas precisam trabalhar mais a área de recursos humanos para falar a linguagem da geração, além de fazer as lideranças entenderem essa linguagem. Tudo isso é importante para que eles se sintampertencentes e saibam que a empresa está dando ouvidos a eles, tornando a relação empresa-funcionário melhor e abrindo espaço para eles quererem ficar”, acrescenta Minucci. Segundo o consultor, essa geração está entendendo mais como é de fato o ambiente de trabalho. “Não dá para ficar trocando de emprego toda hora, até por conta da própria imagem que vai passar para o mercado. Essa geração está mais madura e sabe que é preciso permanecer mais tempo nas empresas para prosperar”, avalia. Ele acrescenta que os millennials estão mais antenados a tudo que está acontecendo e acompanham melhor as mudanças. “Por exemplo, a geração Z não age tão rápido quanto os millennials, é uma geração mais lenta que a anterior em relação ao entendimento da mudança do cenário mundial. Os mais jovens se acomodaram um pouco, precisam de mais incentivo que os millennials para se desenvolverem”, observa o mentor, acrescentando que as pessoas que já estão na faixa dos 30 e 40 anos entendem melhor a necessidade de estudar, buscar novos conhecimentos e estar atento ao que mundo está exigindo. Segundo Minucci, uma das coisas que as empresas brasileiras precisam fazer para reter esses talentos e aprimorá-los ainda mais, é investir em treinamentos contínuos. “Aqui nós não temos esse hábito, porém é preciso criar programas de desenvolvimento, fazer treinamentos internos ou em parceria com grandes empresas para desenvolver um perfil de liderança nessa geração”. Até porque, os millennials serão a maior parte dos profissionais em atividadenomercadode trabalhonos próximos anos. “Eles estão sempre muito antenados na tecnologia e entendem bem esse mundo, sabendo que precisam estudar constantemente para acompanhar o que está acontecendo, que não basta só fazer uma faculdade e uma pós-graduação, como era o pensamento da geração X”, comenta André Minucci. Oconsultorobservaqueé importante lembrar que os millennials têm uma visão holística sobre o ambiente de trabalho. Para eles, o que importa não é apenas o valor que estão recebendo, mas também o quanto conseguem crescer e aprender dentro da empresa, por isso ele separa três tópicos que devem ser levados em consideração pela equipe de RH e lideranças: 1. Oportunidades de Crescimento: Os millennials va- lorizam empresas de treinamen- tos, cursos de aprimoramento e desenvolvimento pessoal. Um levantamento feito pela Gallup revelou que 87% dos millennials consideram o desenvolvimen- to profissional um fator crucial ao escolherem ou permanece- rem em um emprego. 2. Cultura Organizacional: Eles estão atentos à cultura da em- presa e ao equilíbrio entre vida pessoal e profissional. Segundo a pesquisa da Talent Academy, 74% dos millennials se preocupam com a cultura organizacional e buscam em- presas onde se sintam confor- táveis e alinhados com os va- lores da organização. 3. Propósito no Trabalho: Para essa geração, o propósito é uma das maiores motivações. Trabalhar em uma empresa cujos valores e missão fazem sentido para eles aumenta o engajamento e a lealdade. Para finalizar, o mentor lembra que as empresas, de um modo geral, precisam desenvolver uma cultura de integração forte entre os profissionais de diferentes ge- rações. “Geralmente são as mul- tinacionais que costumam fazer isso, mas é preciso que a empresa entenda as necessidades de cada geração e use uma linguagem para integrá-las. Todos devem caminhar de acordo com a cultura da empresa e, para isso, é preci- so que o RH e as lideranças deem feedbacks sinceros e aprendam a lidar com pessoas”, conclui. André Minucci, mentor de empresários
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